segunda-feira, 23 de julho de 2012

Sobre a Morte

Às vezes sinto que morrer é um ser não sendo
Penso que morrer é um desfazer fazendo
Talvez seja uma gargalhada num momento sério
Há quem diga que a morte é um momento
Mas penso que é o centro entre hemisférios
Talvez morrer seja parar no tempo
Talvez seja o começo do se tornar
Talvez a fonte do desatento, ou o sino repicando e clamando o despertar.

O partir transborda e desabrocha lágrimas sofridas em vão
No fim das contas todo mundo se encontrar e acaba a solidão
Talvez, talvez eu regresse, mas choro.
Sim, choro por escrever estas mal traçadas linhas tolas tentando achar definição para o transcender de mim, em mim e para mim.
No fundo, algo me diz que é questão de tempo passar
Devo crer que sim. Eu choro.

Já cheguei a pensar que morrer era um alívio imediato; que chegado o dia, era por fim, o dia do alívio.
Realmente não sei se tenho medo.
Sinceramente espero vê-los, no fim, cedo, nos momentos em que nos encontramos tão felizes (como agora), que até nos esquecemos que vamos morrer.

Lembrem-se, crianças: o dia vai, mas volta; e eu sou como ele,
pois a noite é só um momento de descanso, e esta é como a morte - um momento de descanso.

Morri um bocado enquanto vivo; mas a morte mesmo é só um virar pro canto, cobrir-se, dormir.
Dormir cansado é bom demais! Sono gostoso.
Então morrer é dormir profundo.
Desativar.
Morrer é fenecer.

10/05/2012

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